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AUGUSTO RUSCHI

O FUNDADOR

Nascido em 12 de dezembro de 1915, em Santa Teresa, interior do Espírito Santo, Augusto Ruschi foi o oitavo dos 12 filhos do agrimensor italiano Giuseppe (José) Ruschi e da dona de casa Maria Roatti Ruschi, descendente de imigrantes do Tirol austríaco. Teve a infância e a adolescência marcadas pelas incursões nas matas de Santa Teresa, pela proximidade com as orquídeas colecionadas pelo pai e pelas tenras experiências com o colecionamento de insetos e plantas.

Autodidata em taxonomia de animais e vegetais, sua primeira formação foi em Engenharia Agronômica (1934-1938), tendo começado a graduação na Escola Superior de Agricultura e Veterinária de Viçosa, Minas Gerais, e colado grau na Escola Superior de Agricultura, Veterinária e Química Industrial de Campos, no Rio de Janeiro.

Nessa seara, desenvolveu estudos sobre silvicultura, agricultura “racional” (em oposição às técnicas empíricas de plantio), reflorestamento, pragas agrícolas, uso de inseticidas na lavoura, biologia de morcegos para o combate à raiva bovina.

Em 1939, ingressou no Museu Nacional do Rio de Janeiro como assistente voluntário da Seção de Botânica, onde fez um curso de especialização em botânica (1939-1944), ministrado pelos professores Frederico Carlos Hoehne e Alexandre Curt Brade.

Um ano depois de fundar o Museu de Biologia Prof. Mello Leitão, diplomou-se bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Espírito Santo (1950). Em 1953, foi efetivado botânico do MNRJ e, juntamente com as pesquisas sobre beija-flores, orquídeas, morcegos e reservas florestais, acumulou as funções de professor vinculado à antiga Universidade do Brasil – atual Universidade Federal do Rio de Janeiro – e de “Diretor Perpétuo” do Museu Mello Leitão, conforme o artigo 5º de seu Estatuto.

Mas, foram as pesquisas sobre biologia e etologia de beija-flores que lhe trouxeram reconhecimento internacional, especialmente a partir do desenvolvimento de técnicas de captura, transporte, criação e reprodução dessas aves em cativeiro.

Em virtude de ter participado de diversos conselhos e associações ligadas à ornitologia, botânica e conservação da natureza, e devido às campanhas nacionais e internacionais que protagonizou em defesa de remanescentes florestais e espécies ameaçadas de extinção, teve seu nome popularizado como ícone de defesa do meio ambiente.

Exemplos disso foram a cédula de NCz$ 500,00 (Quinhentos Cruzados Novos), que entre 1989 e 1990 estampou sua vida e obra, e a concessão póstuma do título de Patrono da Ecologia do Brasil, por meio da Lei federal n° 8.917, de 13 de julho de 1994, assinada pelo presidente Itamar Franco.

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